segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Em Time que esta Vencendo Não se Mexe!

Fim de Uma Vida Sem Sentido

Em Agosto de 1992 parecia que minha vida finalmente desacelerava daquele ritmo intenso no qual eu vivia desde que havia saído do Brasil no mês de Janeiro. Com o final das Olimpíadas em Barcelona, regressamos à Madrid e concluímos a ETED. Enquanto os demais estudantes começaram a regressar aos seus países, eu me preparava para uma longa aventura que me levaria a 32 países nos 5 continentes. Apesar de já saber o que estaria fazendo da minha vida nos proximos meses e anos, eu não tinha a mínima idéia de como tudo isto aconteceria

Havia chegado o momento de colocar em prática aquilo que Jesus havia dito aos seus discípulos em uma certa ocasião: "Em time que esta vencendo não se mexe!" - OK, este ditado não esta na Bíblia... este eu aprendi jogando bola nas ruas do Jardim Califórnia. Mas existem momentos em nossas vidas nos quais o melhor é não tentar "inventar modas" - o melhor é permanecer no ultimo lugar onde as cosas deram certo, no lugar onde Deus te abençoou. 

Aos 21 anos de vida eu havia encontrado sentido para a minha existência. Eu acreditava com todo o meu ser, que havia encontrado o motivo pelo qual eu havia sido criado por Deus, havia encontrado a minha missão: levar o Evangelho aos lugares mais obscuros da terra - e a JCUM era o lugar desde onde eu me prepararia para esta missão. 

Encontrar uma razão de ser e existir, não é coisa pouca. Muitas pessoas vivem suas vidas inteiras sem sentido e sem direção, sem nunca saber ou entender - dentro de suas almas - o motivo de sua existência. 

Nem preciso dizer que os desafios me motivam. Creio que parte da razão pela qual eu sempre me envolvi em confusões, era pela minha necessidade de um desafio, de algo que elevasse os níveis de adrenalina no meu organismo. Eu não queria - e até hoje não quero - chegar ao meu último dia de vida neste mundo pelo caminho mais comfortável ou seguro.

Viver com Deus é uma aventura incomparável. Nada que eu havia experimentado nos 20 anos que vivi para mim mesmo, se comparava aos últimos 6 meses da minha vida. 



O Regresso ao Brasil

Regressar ao Brasil era necessário por várias razões. A única maneira de regularizar minha situação na Espanha era através da solicitação de um visto no consulado Espanhol em São Paulo.  

Enquanto me preparava para regressar, dediquei alguns meses ajudando na manutenção do edifício da organização. Entre outras coisas trabalhei em alguns dos apartamentos refazendo instalações elétricas, pintando e também reparando encanamento. Poder servir desta forma me energizava, pois eu me sentia útil.   

Como a minha passagem de volta ao Brasil já havia expirado, eu precisava do de aproximadamente $900 dólares para uma passagem de ida e volta. Como missionario eu nao tinha remuneração alguma. E em um determinado momento o dinheiro que eu trouxe do Brasil acabou. 

Foi então que eu comecei a receber doações de pessoas conhecidas e desconhecidas. Ao regressar de Barcelona eu recebi um cheque no valor de $25 dólares proveniente de Portugal. O cheque não tinha remetente, somente um endereço. Eu recebi aquele cheque por anos sem ter a menor ideia de quem me mandava aquele dinheiro (uma história para mais adiante). Desta forma eu comecei a experimentar algo que se repetiu pelos quase dez anos em que fui missionário e que chamamos "provisão de Deus."

Tambem trabalhei por 3 meses no Pinky's, um restaurante localizado quase na frente do prédio da JOCUM (foto abaixo). No Pinky's lavei muitos pratos talheres e panelas durante o horário de almoço...

Pinky's, onde lavei muitas louças! Foto tirada recentemente por uma amiga que ainda mora no bairro.
  

Mas foi um senhor Venezuelano chamado Leonel Gonzalez quem selou a minha ida ao Brasil. Ele era o Diretor das "Lineas Aéreas Venezuelanas" e me vendeu uma passagem de volta a São Paulo via Caracas na Venezuela por $425 dólares, ou seja menos da metade do preço normal da passagem.


A caminho do Brasil, vista do Aeroporto de Caracas, Venezuela 1992.
 
Assim que em Dezembro de 1992 eu regressava ao Brasil para passar o Natal com minha família. Uma de minhas metas era a de desta vez sair do Brasil com as bençãos dos meus pais. 

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No próximo post: O Anjinho voltou - da perspectiva de alguém muito especial. 

  




segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O ELETRICISTA DE MANUTENÇÃO QUE VIROU MISSIONÁRIO

1992: AINDA EM BARCELONA DURANTE OS JOGOS OLĺMPICOS 

Estadi Olimpic de Montjuïc: Eu estive lá! 

Em 1992 eu tive o privilégio de passar 40 dias em Barcelona antes e durante os Jogos Olímpicos. Para um amante de esportes em geral, não existe nada mais emocionante do que viver o ambiente dos Jogos Olímpicos. Me lembro que estive no Estadi Olimpic de Montjuïc, onde tive a oportunidade de assistir alguns eventos do atletismo.



Também tive a oportunidade de assistir ao vivo, a Seleção Brasileira de Voleibol masculina derrotar Cuba em uma partida inesquecível. Várias pessoas no Brasil me viram através da TV, vibrando no meio da torcida Brasileira. Hoje, este fato não significa tanto porque qualquer um de vcs poderia ter um momento face-a-face comigo via internet, mas em 1992 ninguém poderia imaginar "ver" um conhecido na Europa, em tempo real, ao vivo e a cores. 

RESUMINDO 7 MESES

Os últimos meses haviam sido extremamente intensos na minha vida. Primeiro aquele encontro com o Titi e a Irinete no Consulado do Brasil em Madrid. A incrível "Deusidência que mudou tudo" Logo, a deportação da Inglaterra e o milagre do retorno a Espanha. Minha experiência extraterrestre com Deus, e para completar, o fato de que eu literalmente aprendi a falar em Inglês da noite para o dia...   

Mas o melhor de tudo foi poder estar em Barcelona para algo muito maior do que assistir com meus próprios olhos os Jogos Olímpicos. Em pensar que apenas sete meses atrás eu trabalhava na Ford das 7 às 5 da tarde... Em sete meses minha vida tinha sido completamente transformada. Sete meses depois, eu era um pregador de rua, evangelista urbano.

O ELECTRICISTA DE MANUTENÇÃO QUE VIROU MISSIONÁRIO 

Quando a nossa campanha se encerrou ao final das Olimpíadas de Barcelona, eu já tinha uma resposta para a pergunta: "o que fazer com a minha vida depois da ETED:" Eu queria ser missionário e servir a Deus. Eu queria ser missionário para o resto da minha vida. Eu tinha uma luz dentro de mim e precisava deixá-la brilhar.

Entre os 15 e os 21 anos de idade, minhas decisões foram totalmente centradas em mim mesmo. Eu era a minha prioridade. E o que eu queria era "malhar, andar de moto e pegar a mulherada..." Sete meses depois, meu sonho era fazer a diferença em um mundo tão necessitado. Eu queria fazer algo que deixasse uma marca neste mundo, algo que impactasse vidas, uma de cada vez, a cada encontro, a cada conversa... quem vive o dia-a-dia de sua vida com essa meta? Em 1992 eu vivia. 

Eu queria alegrar o coração de Deus com a minha vida. Que diferença sete meses fizeram!

Enquanto tudo isso acontecia comigo na Europa, os rumores corriam em Taubaté e redondezas a fora de que o "Anjinho tinha virado Pastor." Na verdade eu não me importava muito com os rumores. Acho que até mesmo para os meus pais, a transformação da minha vida era um mistério e eles precisavam "ver para crer."

LIVRE, LEVE E SOLTO

Eu estava indo em direção ao "brejo" quando
dei o grito de independência de mim mesmo
Mas o que fez toda a diferença, precipitando todos os outros eventos que seguiram nos próximos meses, foi aquela "declaração de independência" de mim mesmo

As vezes fico pensando o que haveria acontecido comigo se tivesse rejeitado tão grande oportunidade?! Ao entregar minha vida para Jesus, um processo de transformação deu inicio na minha vida. Mas também determinou o novo rumo que minha vida tomaria. Eu estava mesmo indo em direção ao BREJO da vida. Mas aquele momento determinou onde eu estaria e o que estaria fazendo nos dias, semanas, meses, e anos seguintes.

A Escola de Treinamento e Discipulado (ETED) foi o instrumento usado para colocar em movimento um processo de transformação no meu caráter que com certeza vai durar a minha vida inteira. 

Recentemente, em Janeiro de 2012 eu estive no Brasil e tive a oportunidade de rever velhos amigos, pessoas com quem eu passava bastante tempo antes da minha saída do Brasil em 1992. Uma dessas pessoas que revi, é alguém que considero um amigo muito querido até hoje. 

Creio que desde que eu sai do Brasil a quase 21 anos atrás, esta foi a primeira vez que nos vimos e sentamos para conversar. Ele queria de todas formas me levar para o forró para que revivêssemos nossos velhos tempos... Ele não podia acreditar que eu agora era um homem fiel a Deus, fiel a minha esposa e a meus filhos. Ele estava muito decepcionado comigo. Ele repetia incessantemente: "- Você esta falando sério? Vai tomar no seu $*&%^! Não vai mesmo?"  

 "-Não."  

UMA LIÇÃO PARA O RESTO DA VIDA 


Na Espanha eu tive a oportunidade de conhecer um missionário chamado Perry Rickard. Perry me ensinou algo que eu jamais me esqueci. Ele me ensinou como se livrar de maus hábitos que nos escravizam e destroem. Eu estava desanimado porque eu ainda andava manipulando e defraudando as meninas com o meus "lábios de mel." Para mim, isto era uma questão de integridade, eu queria ter um caráter transformado.

Perry desenhou o diagrama visto abaixo: 

Este e' o desenho original que o Perry fez para mim, 20 anos depois.

Perry me explicou da seguinte forma, "- Para que o seu caráter seja transformado, eu precisaria: 

  1. Identificar o comportamento ou "Sin Patterns"   
  2. Change of Thinking: Mudar minha maneira de vê-lo. Eu precisaria "rejeitar" na minha mente o fato de que este comportamento é aceitável,
  3. Change of Actions: Mudar minha atitude - tratar o comportamento como um inimigo,
  4. Change of Feeling: Ao mudar minha atitude, meu sentimento com relação ao comportamento muda naturalmente,  
  5. Change of Character: Em um determinado momento, depois de haver rejeitado aquele comportamento e criado um novo habito, o tal comportamento passará a não ter mais controle sobre mim e minhas ações,

Fácil? Não. Falhei outras vezes? Sim. Mas não sou mais escravo do mau comportamento - ou para ser mais claro, do pecado.

Mas para este processo ser executado e o resultado alcançado, é necessário que o Espirito Santo de Deus opere em nós. Sem o poder do Espirito Santo operando em nós, o processo fica mais ou menos assim: 






E foi por causa deste processo e do poder do Espírito Santo que eu fui capaz de dizer NÃO ao meu amigo da onça :)  




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No meu próximo post, um teste para minha fé
Meu regresso ao Brasil. 





segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Apertando PLAY

Já estava com saudades de escrever aqui. É hora de retomar a tarefa de contar aos leitores deste blog sobre os eventos que moldaram e continuam a moldar a minha vida. 





Bella e Elan
Tanto no trabalho como em casa, o início do Outono aqui no hemisfério norte é a época mais ocupada para mim. A Isabella voltou às aulas e já entrou no ritmo de estudar e fazer tarefas. Elan disfruta do tempo a sós com a mamãe enquanto a Bellinha está na escola das 9 as 3 da tarde. 





Os últimos legumes e verduras da nossa horta em 2012
Para ambos já não é mais tão legal brincar no quintal, pois a temperatura já caiu bastante. Pelo menos até que caia neve, os dois passarão bastante tempo brincando dentro de casa.







Enquanto a mim, meu trabalho muda bastante nesta época. No outono começam minhas ligas de futebol, futebol americano, 3 ligas de voleibol e... curling! Exatamente, neste ano começamos uma liga de curling aqui em Spokane (clique aqui para ver mais algumas fotos) e o interesse do publico tem sido fantástico. 





Além das ligas, eu supervisiono a distribuição dos espaços públicos nos parques e complexos esportivos da cidade. Nesta época do ano recebemos pedidos para o ano seguinte e este processo toma algum tempo para se consolidar. 



Para completar, um companheiro de trabalho acaba de se aposentar e a sua carga de trabalho foi dividida entre todos no departamento... assim que a partir de agora a pista de BMX da cidade estará sobre a minha supervisão. Com tudo em andamento, já começo a pensar e planejar os programas de 2013. Somente o salário não mudou ☺ 



Assim que chegou a hora de apertar PLAY e dar continuidade a Coluna do Adriano. Nos próximos dias estarei postando sobre o meu regresso à Madrid ao final das Olimpíadas em Barcelona em 1992 e o inicio da minha caminhada de nove anos como missionário. 

Hasta luego!




sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Politicagem: Esperança de Mudanças


Depois que sai do Brasil passei a me interessar pelo que acontecia no mundo da política nos lugares por onde andei. Quando os Estados Unidos passaram a ser minha casa, comecei a aprender sobre a política Americana e como ela afeta diretamente nossa maneira de viver. Talvez porque aqui a impunidade e a corrupção são muito menores comparados com o que vemos no Brasil.

O que mais me intrigou com a política Americana é o fato de que aqui existem apenas cinco partidos políticos, mas que 3 deles são praticamente irrelevantes restando somente os Democratas e os Republicanos.

Estes dois partidos são fundamentalmente diferentes em suas ideologias. Abaixo, algumas das diferenças que recentemente tem causado mais alvoroço e provocado divisões no que se diz respeito a ideologias políticas:



O contraste entre os dois partidos políticos nao poderia ser maior. As vezes fica difícil encontrar algo pelo qual os dois partidos políticos estão de acordo em suas ideologias... por isso as coisas não andam aqui nos Estados Unidos.

Apesar de discordar de algumas posições republicanas, minha tendência política e mais conservadora. Mesmo assim me considero um eleitor "independente."

BARACK HUSSEIN OBAMA...

Desde quando ele apareceu no cenário político eu não fui muito com onda dele. Formado em Direito, ele foi trabalhar nos subúrbios de Chicago como "Community Organizer" (tipo um trabalho missionário, mas sem a parte espiritual). 

Sua ascensão política foi meteórica. Do Senado estadual em Illinois, a Washington D.C. como Senador por apenas dois anos (um deles em campanha para a presidência).      

Minha preocupação era que ninguém o conhecia. Ninguém sabia com quem ele havia se associado antes de chegar aonde chegou e nem quais eram as suas convicções pois, ele chegou sem uma historia para demonstrar com atos quem ele era. 

Para ele conquistar "gregos e troianos" foi uma moleza, pois ninguém queria ouvir o nome George Bush. Obama conseguiu estampar seu oponente como um "clone do Bush." A mídia americana logo se engraçou com ele, pois o negrinho é realmente simpático e tem uma boa lábia. Mas sobretudo, por ser a mídia americana extremamente liberal, progressista e anti conservadora.       

Assim que o tal do "Hope and Change" ganhou as eleições. Me recordo que no dia em que Barak Hussein Obama foi declarado vencedor das eleições, ele se dirigiu aos seus súditos com uma mensagem de esperança muito emocionante. Minha esposa derramou algumas lagrimas enquanto eu assistia tudo aquilo sem me iludir. Hoje ela entende minhas preocupações de quatro anos atras. 

QUATRO ANOS DEPOIS...

O cara é fraquíssimo.  Mesmo com dois dos quatro anos de mandato com maioria total democrata no governo, o desemprego nos EUA foi de 7.8% a 8.3% (estes números não contam as pessoas que já nem procuram mais emprego). A média do salário anual caiu de $54.983 a $50.964. A gasolina subiu de $1.84 a $3.82 por galão. E a divida nacional foi de $10.6 trilhões a $16 trilhões...  e a culpa continua sendo do Bush.

MEU PROBLEMA  #1 COM BHO: SUA POSTURA COM RELAÇÃO AO ABORTO

Quem acompanha A Coluna do Adriano sabe muito bem que eu tenho motivos pessoais para me opôr ao aborto - além do fato de que como Cristão, entendo a posição da Bíblia quanto ao tema. Aqui nos Estados Unidos, devido a legalização do aborto, ocorrem uma média de 1.400,000 (um milhão e quatrocentos mil) abortos por ano. 

Mas não estamos falando somente do aborto que ocorre (com uma certa mais freqüência) nos primeiros 3 meses de vida do feto. Este número também inclui o que chamamos aqui de "late term abortions" ou seja, abortos executados a partir dos 4 meses e meio de gestação. O procedimento consiste na retirada parcial do feto do ventre da mãe, seguido pela inserção de um instrumento na cabeça do feto que suga toda a massa cefálica. Com isso, a cabeça do feto é esmagada e seus restos são retirados e jogados no lixo. 

Já sei. Você esta pensando que estou escrevendo sobre algo que acontece nas zonas rurais de algum lugar na Africa... mas não. Estou falando de uma prática comum nos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, hoje. 

A posição do atual presidente, Sr. Barack Hussein Obama é de que uma mulher não deve ser castigada com uma criança que ela não quer ter. No vídeo abaixo, durante sua campanha política em 2008, Obama cita suas filhas, e diz que "se elas cometerem um erro, não quero que sejam castigadas com um bebê." Ou seja que em sua opinião, assumir a responsabilidade é um castigo. 

De onde venho, a 20 anos atras chamávamos isso de "SER HOMEM". 




MEU PROBLEMA  #2 COM BHO: SUA POSTURA COM RELAÇÃO A ISRAEL

Meu maior problema com o Sr. Barak Hussein Obama é o fato de que ele simplesmente isolou Israel durante os últimos 4 anos. Os Estados Unidos sempre se colocaram ao lado de Israel e em tudo, sendo seu maior apoio político e militar.

Obama claramente não gosta de Israel. Um ano atrás ele disse que Israel deveria voltar a as suas fronteiras de antes de 1967, um insulto a qualquer Judeu.

Inúmeras vezes demonstrou frieza em seu relacionamento com o Primeiro Ministro de Israel, Netanyahu, enquanto se curvava ao Principe da Arabia Saudita. Nos últimos dias ele se negou a  encontrar com Netanyahu, alegando outros compromissos em um momento em que a segurança de Israel esta ameaçada pelas ambições nucleares do Irã.

Não concordo mesmo e me pergunto porque será.


Em 2008, muitos usaram seus votos como forma de protesto e empregaram Obama para um dos cargos mais importantes do mundo praticamente sem entrevista. Creio que o fato de que ele era negro e todo o fator histórico contido no "eleger uma pessoal da minoria" pesaram para que ele encontrasse graça aos olhos de muitos. Só espero que o povo Americano acorde em 2012.




MITT ROMNEY... 




Mesmo sem ser meu candidato favorito, quem tem "esperanças de mudanças" hoje sou eu - antes que os Estados Unidos cheguem ao estado em que se encontra Espanha, Portugal ou pior ainda: Grécia.

Mitt Romney tem uma batalha muito grande pela frente, pois luta não somente contra a maquina política de Barack Hussein Obama, mas também luta contra toda a mídia dos EUA que já nem disfarça mais sua preferencia por BHO.

Minha impressão é de que o "problema" do Romney e que ele é homem de negócios bem sucedido e milionário, bonito, casado com a mesma mulher desde os 22 anos, com 5 filhos que nunca escandalizaram, e é religioso (mórmon).

Como votar não é mandatório nos EUA, os candidatos tem duas tarefas principais: fazer com que seu eleitorado fiel participe das eleições, e convencer os "independentes" a optarem por um ou outro. Outra coisa interessante é que o ganhador não é aquele que recebe a maioria de votos do povo, mas aquele que acumula mais colégios eleitorais (???)





Assim que os próximos meses prometem e muito. Fico também na expectativa de que vocês ai no Brasil façam uma FAXINA em Taubaté, pois tenho acompanhado com terror os acontecimentos dos últimos anos ai na nossa cidade.

























sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A História de um Amor Impossível - Parte 2

No meu último post intitulado "A História de um Amor Impossível - Parte 1" eu comecei a contar sobre uma história de amor que se arrastou por 6 anos. O ano é 1996. A cidade é Atlanta, USA. Sona e eu nos encontramos para conversar após 4 longos anos de espera por aquele momento. 

Conversamos brevemente sobre os acontecimentos dos últimos anos de nossas vidas, sobre nossas famílias e finalmente começamos a conversar sobre o que havia acontecido em Barcelona, em 1992.

ABRINDO UM PARÊNTESIS...

Logo depois de conhecê-la em 1992, eu fiz um compromisso com Deus de que não assumiria nenhum compromisso nos próximos 4 anos, ou seja, nada de namoradas. O fato de que teria que esperar outros 4 anos para revê-la com certeza me motivou a esperar. 

Mas não era somente isto: eu sabia que precisava de uma profunda transformação no meu caráter ("Tranqueira na Bagagem: O Eu que Ninguem Nunca Viu"), pois eu ainda lutava contra "o Velho Homem" dentro de mim. A expectativa de reencontrá-la me fortalecia para seguir firme neste "árduo compromisso". Aos 21 anos eu me propus a não ficar nem namorar ninguém, nada de beijos por 4 anos - e nada de sexo ate' o casamento. 

Infelizmente, não consegui ser 100% fiel ao meu propósito. Entre 1992 e 1993, eu ainda dei algumas mancadas e me deixei envolver emocionalmente algumas vezes - mas a partir de um certo momento, no final de 1993, consegui controlar meu impeto e parei de andar por ai beijando a mulherada. Quanto ao sexo, mantive um celibato por longos anos, pois a última vez em que havia mantido uma relação sexual tinha sido na minha despedida do Brasil em 1992. Muitos não compreendiam, mas eu necessitava daquele tempo. 

ABRINDO MEU CORAÇÃO COM SONA...

Durante nossa caminhada, abri meu coração com toda sinceridade e muita intensidade, pois não sabia se teria outra oportunidade. Sem medir as consequências (até mesmo por não conhecê-las) a surpreendi com a seguinte pergunta:

“- Sona, você quer se casar comigo?”

Sona parou completamente espantada. Olhou para mim sem acreditar no que estava escutando. Me disse:

"- Adriano, eu não posso me casar com você. Meu pai jamais aceitaria. Você não entende. Sou Armênia e tenho que me casar com um homem de descendência Armênia para dar continuidade a nossa cultura...""

"- Sona... E se eu fosse até à Síria conhecê-lo? Eu não hesitaria se ele me desse uma oportunidade."

"- Você e eu somos muito diferentes, de mundos e culturas extremamente diferentes... E você é mais jovem que eu e isto seria inaceitável na nossa cultura." 

Eu simplesmente não podia acreditar no que estava ouvindo. Eu tinha 25 anos e Sona 26.

ABRINDO MEUS OUVIDOS...

Nós homens somos realmente limitados na nossa capacidade de escutar. Se você não acredita, pergunte para a minha linda esposa de 10 anos...

Hoje entendo que na minha ansiedade, eu não estava escutando o que a Sona estava me dizendo. Em nenhum momento ela disse que não queria se casar comigo. O que ela estava tentando me dizer era que haviam expectativas sobre sua vida desde que ela nasceu e que "importantes diferenças culturais" faziam a minha proposta algo intransponível na sua maneira de ver. 

Mas apesar de estar a um metro de distância dela, olhando-a fixamente, eu não estava simplesmente escutando o que ela me dizia - como disse antes, um problema bastante comum entre nós homens. 

Não me lembro muito bem quanto tempo passamos juntos naquela tarde. Mas ao final de nossa conversa eu ofereci a ela um tempo para pensar e me responder... E lhe dei até o final da conferência da qual participávamos, ou seja, 4 dias para que ela decidisse se casar comigo e ir em contra de tudo o que ela sempre soube sobre o casamento... (as vezes 
não acredito quão imaturo um ser homem apaixonado pode ser!)   

Hoje reconheço que eu não estava capacitado para lidar com a situação devido às barreiras culturais entre nós. Eu jamais poderia tê-la pedido em casamento naquele momento e daquela forma. Sona também não estava preparada para me dar uma resposta, pois não pertencia a ela o direto de decidir com quem se casaria. Ela nasceu destinada a se casar com um homem escolhido a dedo por seus pais. 

Os dias se passaram e Sona e eu conversamos outras vezes. Em cada oportunidade, ela continuou dizendo que um casamento entre nós seria impossível... Na última vez que conversamos ela me disse que eu deveria esperar. Mas até quando esperar? Outros quatro anos? Nos separamos mais uma vez e eu fiquei sem uma resposta, sem uma definição. 

Ela regressou a Síria e algumas semanas depois me escreveu pela primeira vez em quase 5 anos. De acordo com sua carta, no momento em que escrevia, ela estava sentada na praia, observando o Mar Mediterrâneo a 11.000 quilômetros de distância. Ela me contou sobre a sua vida de volta a Síria onde trabalhava como engenheira civil. Me contou também que sua mãe havia sido diagnosticada com câncer. Quanto a nós dois, ela me pediu que tivesse paciência.

ABRINDO MÃO DO SONHO... 

Enfim, eu cansei de esperar. Aos 25 anos de idade, há mais de 4 anos sem namorar, minha paciência havia se esgotado. Após 4 anos, eu precisava ouvir algo assim: "- Adriano, eu creio que vale a pena e estou disposta a lutar com você. Eu também creio que não há nada impossível para Deus. Eu sei que Ele pode mudar o coração do meu pai. Venha à Síria. Vamos tentar!" 

Hoje sei que as mulheres às vezes falam em códigos que nós, homens, somos incapazes de decifrar. Foi assim que em Setembro de 1996 eu desisti de continuar vivendo este sonho e me voltei totalmente para o cumprimento de um outro: ir ao Egito e morar lá em 1997.

Em Agosto de 1997 Sona e eu nos encontramos no Cairo - só que desta vez eu não "fui pra cima" - fiquei na minha e a tratei com cordialidade porque a apenas alguns meses atras, havia iniciado um noivado com a Diana Sharp. Em Outubro de 1997 fui a Síria pela primeira vez. Sona e eu nos encontramos outra vez e trabalhamos juntos com vários grupos de jovens Armênios. Da Síria fui a Aman na Jordânia, onde conheci sua irmâ.

Em Dezembro de 1997, Diana faleceu nos Estados Unidos em conseqüência de um terrível acidente automobilistico na Pensilvania (logo escreverei sobre isto). 

Em 1998 voltei a Síria e desta vez conheci o Sr. Bamboukian o pai da Sona. Só que desta vez, eu não estava em condições de tentar reviver aquele romance antigo devido a recente perda da minha noiva Diana. Desta vez, com mais conhecimento da cultura Sírio- Armênia, conhecendo-a melhor, e um pouco mais de maturidade, tivemos uma excelente oportunidade conversar sobre tudo o que havia acontecido conosco. 

Confesso que deixei a Síria muito balançado, mas não reascendi o romance que um dia houve entre nós.         



Sona (a esquerda), Leila e Maged em Allepo, Siria, 1997. 

     
Muitas vezes me perguntei o que havería acontecido se tivesse agido com mais maturidade em Atlanta em 1996? Será que foi por minha falta de perseverança e compromisso que a Sona e eu não nos casamos? Nunca saberei.  

O que sim sei, é que minhas escolhas, boas e más afetaram minha vida em momentos crucias. Algumas vezes respondi com humildade e maturidade  e ví a benção de Deus na minha vida. Outras vezes, fui soberbo, rebelde e independente e ví a disciplina corretiva de Deus. 

Mas o melhor de Deus ainda estava por vir.







  
      

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A História de um Amor Impossível - Parte 1

JULHO 1992, BARCELONA, ESPANHA.

Porque escrever sobre uma história de amor que não foi bem sucedida? 
  1. Porque com ela aprendi lições culturais muito importantes.
  2. Porque cometi erros (e espero ter aprendido com eles).
  3. Porque eu pensava que Deus tinha uma pessoa feita especialmente para mim e se eu perdesse a oportunidade, acabaria solteiro para sempre.
  4. Porque esta historia mostra que "quem tem pressa come cru e quente."
  5. Porque Deus escreve reto sobre as linhas tortas que traçamos.
Depois de passar semanas inesquecíveis em Sevilla, finalmente chegamos a Barcelona. Estávamos a uma semana da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos - e o clima na cidade era fantástico. Estávamos hospedados nas periferias de Barcelona, mas nas semanas seguintes, faríamos incursões diárias ao centro da Cidade e aos arredores do Estádio Olímpico de Montjuic.

Colégio Salesiano de Mataro', onde morei com outros 5.000 jovens
de varios países do mundo por várias semanas durante as Olimpíadas de Barcelona 1992.


Fomos uma das primeiras equipes a chegar no Colégio Salesiano onde estaríamos hospedados pelo próximo mês. Logo na primeira noite, conheci um grupo cujo os integrantes eram procedentes de vários países. Entre outras pessoas, conheci Sona, uma jovem, de origem Armênia, mas que nasceu e cresceu em Holms, na Síria. Conversamos brevemente, mas imediatamente me interessei em saber mais sobre ela. Naquela época eu era uma "esponja cultural", pois queria saber de tudo sobre todos... principalmente, porque eu começava a ter um interesse muito especial pelo Oriente Médio, mas também porque agora eu podia conversar em Inglês.

Nos dias seguintes, com a chegada dos outros grupos ao colégio eu não tive mais oportunidades de conversar com Sona. Eu a via diariamente, mas sempre estávamos ocupados e rodeados por, aproximadamente, outras 4.998 pessoas participando do congresso internacional da JOCUM, que antecedeu os Jogos Olímpicos.

Estar em Barcelona durante as Olimpíadas foi uma experiência maravilhosa. No congresso conheci pessoas com as quais mantenho amizade até os dias de hoje. 

Entre estas pessoas, gostaria de destacar minha amizade com a Miia Ylikoski – atualmente Miia Gomes. Miia é da Finlândia, nossa amizade foi provada pelos duros testes do tempo e da distância. Já se passaram 20 anos e durante todo este tempo de amizade, o respeito e o amor que tenho pela Miia permanecem intactos. Conheci sua família, na Finlândia, e ela a minha, no Brasil. Esta é uma outra historia, para um futuro post aqui na Coluna.

No meio de toda aquela multidão, meus olhos buscavam pelos olhos da mulher Armeno-Árabe. Meu coração ansiava por mais contato com ela... Queria fazer mais perguntas, saber mais sobre ela, sobre seus planos para o futuro e saber se haveria alguma possibilidade de conhecê-la melhor.

Em nossa segunda e última conversa, em 4 longos anos, eu consegui seu endereço - e também lhe disse que queria uma oportunidade para conhecê-la. E foi só.

Apesar de todas as inúmeras cartas que escrevi nos anos seguintes, eu nunca soube nada mais sobre Sona. Nem ao menos tinha uma foto que alimentasse meus sonhos. Nada. Mas havia uma certeza em meu coração: eu a veria de novo durante os Jogos Olímpicos de Atlanta. Então eu esperei, pois esperar era tudo que me restava fazer.

Durante os próximos 4 anos muitas coisas aconteceram - como seguirei escrevendo aqui nesta coluna. Vivi os melhores anos da minha vida em Torrejon de Ardoz, Espanha. Conheci pessoas fantásticas que acrescentaram muito a minha vida. Também dei inúmeras "pisadas na bola", mas em nenhum momento olhei para trás com saudades das coisas que me prenderam no passado, pois a minha nova vida com Jesus me preencheu.

MAIS UM MILAGRE...
Quatro anos se passaram e eu continuei escrevendo minhas cartas e enviando-as para Sona, em Holms, na Síria. Em Junho de 1996 eu estava no Brasil e fui jogar futebol com uns amigos e, numa jogada de mais pura ignorância futebolística de um jogador do time adversário, sofri uma fratura no tarso (um osso) do meu pé esquerdo. Na mesma noite fiz a radiografia que constatou a fratura e já sai do hospital com o pé engessado.

Fiquei bastante triste com a fratura porque estaria trabalhando com futebol durante toda as Olimpíadas, em Atlanta, e logo com um grupo de jovens americanos que iria comigo ao Brasil.

Algumas semanas mais tarde estava participando de um evento, de uma Igreja Evangélica, quando uma senhora se aproximou de mim e pediu para fazer uma oração por mim. Ela orou para que o meu pé fosse completamente curado. Sai da Igreja andando e sem as muletas. Na mesma semana eu regressai ao médico e foi constatado, através de uma segunda e uma terceira radiografia, que o meu pé estava completamente curado! O osso estava completamente restaurado e os médicos não conseguiam explicar.

SEM RODEIOS...
A última vez que escrevi para Sona foi logo depois que o meu pé foi curado, a um mês do nosso reencontro em Atlanta (Olimpíadas 1996).

Eu me recordo do momento em que fui informado que o grupo proveniente do Oriente Médio havia acabado de chegar... Fui imediatamente em direção ao local onde estavam e assim que cheguei meus olhos encontraram Sona. Quatro anos depois... Será que ela havia recebido minhas cartas? Será que se lembraria de mim? Meu coração pulsava dentro do meu peito e de repente o ar ficou escasso... Eu mau podia respirar.

Ela se virou e me viu, me deu um sorriso e veio em minha direção com alegria no rosto.  Ao se aproximar estendeu sua mão e me disse: "- Fiquei muito feliz por saber que o teu pé foi curado!"

Depois de alguns anos fora do Brasil, eu já tinha alguma noção de como cumprimentar pessoas de outras culturas, então, simplesmente apertei sua mão – mas meu desejo era de dar-lhe o tão esperado beijo.

"- Por que você nunca respondeu minhas cartas?" Perguntei.
"- Por que não queria te dar falsas esperanças", ela respondeu olhando nos meus olhos.
"- Preciso conversar com você... Quando você poderia me dar 30 minutos?"

Assim, marcamos de nos encontrar mais tarde para caminhar e conversar. Eu sabia exatamente como conduzir a conversa. Ou, pelo menos, pensava que sabia. Nos encontramos naquela tarde no lugar marcado. Naquele momento era como se as outras quase 5.000 pessoas presentes simplesmente tivessem desaparecido. Aquele era o momento pelo qual eu havia esperado quatro longos anos e eu não podia perder nem mais um minuto:

“- Sona, você quer se casar comigo?”






Na próxima semana: 
  • A resposta da Sona. 
  • Dois anos depois, Sona e eu conversando outra vez... desta vez em Holms, na Síria.  


















quinta-feira, 12 de julho de 2012

"Como Que de um Vento Impetuoso"

Para quem esta pegando o bonde andando, em 1992 eu havia saído do Brasil fugindo de mim mesmo... E, depois de uma série de eventos que só poderiam ser classificados como milagrosos, eu me encontrei em uma escola da maior Organização Não Governamental Cristã do Mundo, a Youth With a Mission (Jovens Com Uma Missão), em Torrejon de Ardoz, uma cidade que está a 30 minutos do centro de Madrid.

Youth With a Mission tem como objetivo “conhecer a Deus e fazê-lo conhecido” através de treinamento, ministérios de misericórdia e evangelismo, num processo que começa com a Escola de Discipulado e Treinamento: três meses de estudos, seguidos por dois meses com as “mãos na massa” – levando a mensagem do evangelho. Este processo tem transformado comunidades inteiras por todos os cantos do mundo, mas também a vida daqueles que se dispõem a levar a mensagem, num processo que já havia começado na minha vida a partir do momento que eu encontrei Titi e Irinete no Consulado do Brasil em Madrid.

Ken e Ruth obeservando um pedaço
do Muro de Berlim em exposição na Expo de Sevilla 
O ano de 1992 foi um ano muito especial para a Espanha e estar lá foi um privilégio muito grande. A cidade de Sevilla, no sul da Espanha, hospedava a WorldExpo ’92, enquanto Barcelona se preparava para as Olimpíadas de Barcelona.

Depois de três meses de aulas práticas em Torrejon, estávamos prontos para ir a Sevilla e trabalhar dentro da World Expo. Durante este tempo foi preciso que todas as aulas em Inglês na nossa escola fossem traduzidas para o Espanhol, pois eu ainda não entendia Inglês suficientemente para dar sentido ao que eu escutava. 


E não entender ou poder me expressar em Inglês fluentemente era uma barreira que me incomodava bastante, pois nenhum dos outros estudantes da escola falavam Espanhol com fluência.

Na minha terceira noite em Sevilla saímos para conhecer uma praça da cidade que, desde a época do Império Romano, há 2000 anos, era um conhecido ponto de prostituição. Estávamos ali somente para caminhar, orar e se uma oportunidade se apresentasse, conversar com as "trabalhadoras" da praça

Para tal tarefa saímos Ruth (Inglaterra) e eu. Ruth estava sempre se esforçando para que eu me sentisse incluído nas conversas do grupo. Apesar de não falar Espanhol, ela fazia de tudo para que eu entendesse o que estava acontecendo. Ao iniciar nosso trabalho naquela praça, oramos juntos e como ela sempre fazia, Ruth orou para que Deus me permitisse entender e falar Inglês

Ao regressar à escola onde estávamos alojados, eu e meu amigo, Kenneth (Hawaii, EUA), resolvemos conversar um pouco antes de dormir, pois nas últimas semanas havíamos desenvolvido um pouco de irritação um com o outro, o que já estava afetando nossa amizade.


Kenneth e eu. Grande amigo para o resto da minha vida


Subimos ao telhado da escola e sentamos sob uma linda noite estrelada de verão Sevillana. Conversamos, resolvemos e encerramos nossa conversa com um momento de oração. Enquanto orávamos, naquele instante, lembro que me senti como se uma grande represa houvesse se rompido dentro da minha alma e fui invadido com uma alegria e um sentimento de satisfação muito grande. Naquele momento, havia em mim uma enorme gratidão e quando abri minha boca para declarar a Deus como me sentia, o que saiu dos meus lábios eram palavras incompreensíveis. 

O que aconteceu comigo naquele momento foi o mesmo que foi relatado no capitulo 2 do livro dos Atos dos Apóstolos:  


"Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. de repente veio do céu um ruido como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espirito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito concedia que falassem" (Atos 2:2-4).

Minutos depois Kenneth e eu voltamos para nosso quarto profundamente tocados pela experiência. 

No dia seguinte, ao acordar, alguns dos meus companheiros de quarto relataram que eu havia falado a noite toda... em inglês. Os que me escutaram ficaram muito surpresos porque sabiam que eu não tinha fluência nenhuma no Inglês. 

Foi a partir daquele evento, no dia 25 de junho de 1992, que eu me tornei trilingüe, pois já estava bastante fluente em Espanhol. No dia 26 de Junho eu passei algumas horas conversando com um casal Inglês - em inglês, para a minha propria surpresa! e segundo o casal comentou - com uma fluência de alguém que falava aquele idioma há anos. Nas semanas seguintes enquanto estávamos em Sevilla, eu continuei fazendo progressos com a língua inglesa de forma espantosa para muitos. 

Vinte dias depois quando já estávamos em Barcelona para o nosso trabalho nas Olimpíadas, que o meu Ingles foi posto a prova: parte do meu trabalho nas Olimpíadas era traduzir para vários grupos que vieram a Barcelona de diversos países, da língua inglesa para a língua espanhola e vice-versa. De pensar que 6 meses atras, a unica lingua que eu conhecia era o Português...


***


Os eventos que sucederam esta experiência sobrenatural com Deus tiveram um profundo efeito na direção da minha vida nos próximos 10 anos. Imagine o que se passava na minha cabeça depois de ser tocado por Deus daquela maneira! Fui marcado para o resto da minha vida. 


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