quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

21 Anos se Passaram. Feliz Aniversário pra Mim!

Vinte e um anos se passaram desde de que sai sem rumo e sem destino... Uma vida inteira.


Formatura na JOCUM Madrid 1993
Na minha ultima postagem, "Em Time que esta Vencendo Não se Mexe!", eu conto como vivi intensamente os momentos que antecederam o meu primeiro retorno ao Brasil.

Em 1992 fui aprendendo aos poucos que nesta vida existem duas maneiras de se conseguir as coisas: Sozinho, por meus próprios esforços (sempre mais difícil); ou em colaboração com Deus (exige paciência. Deus geralmente não tem pressa). Em colaboração com Deus minha viagem se tornou realidade:
1. Trabalhei em um restaurante (minha parte)
2. Recebi varias doações $ (parte de Deus)
3. Recebi a ajuda para uma passagem mais barata (parte de Deus)
O bom de colaborar com Deus é que Ele SEMPRE faz as partes mais difíceis.   
    
Ao sair de Madrid, havia muita ansiedade em meu coração. Além das saudades e o desejo enorme de segurar minha mãe nos meus braços, eu tinha muita história pra contar, pois eu voltava ao Brasil completamente diferente. O ano de 1992 tinha sido um ano muito intenso, onde tomei decisões que mudaram minha vida para sempre.
 
Mas a pergunta que estava no ar era a seguinte: "- Será que eu havia mudado mesmo? Será que eu seria capaz de manter a mesma postura moral de volta ao meu "habitat natural"? Há pouco mais de um ano, a minha vida era "balada e motel" e agora, o Anjinho andava dando uma de Anjo: virou crente e pregador da Palavra..


Depois de uma parada em Caracas na Venezuela, faltavam apenas algumas horas para que eu aterrizasse em Cumbica. 

Já no aeroporto de Guarulhos, meu coração batia muito forte dentro do peito. Passei pela alfândega o mais rápido possível e logo encontrei meu pai e minha irmã, Lu. Nem preciso dizer que derramamos muitas lágrimas de alegria... Como mencionei na postagem "Tirando a Tranqueira da Bagagem" eu e meu pai tínhamos resolvido questões pendentes no nosso relacionamento através de cartas, gravações em fitas cassete, e através de
conversas telefônicas, mas agora estávamos frente à frente... Foi muito emocionante. Não há como descrever.     

Recentemente a Lu descreveu desta maneira a emoção da expectativa da minha chegada:
 

"Não me lembro exatamente que dia era, mas devo ter registrado em algum diário que talvez não exista mais. Sei que enquanto meu irmão Adriano estava longe, eu me sentia insegura nas nuvens que se levantavam ao meu redor. Apesar da diferença de 10 anos, temos muito em comum, e ele era quem aqui me ouvia, me incentivava a conquistar, me defendia! Eu dizia pra Deus:" Traz meu irmão de volta! Eu sei que o Senhor quis levá-lo para longe, mas eu preciso dele aqui agora!" Quando soubemos de que viria, minha alegria foi instantânea, não via a hora de poder abraçá-lo e dizer: "Que bom que vc está aqui, Diá!"
Não sei explicar em palavras o tamanho da alegria de revê-lo, mas sei que mesmo que por um curto período, eu poderia me sentir mais segura e compreendida!"

De volta a casa em 1993

Sei que ter saído de casa foi muito duro para todos, mas eu sabia que precisava ter um cuidado especial com a Lu, pois ela tinha somente 10 anos de idade quando eu sai em 1992. Ainda me lembro vividamente do seu rosto cheio de lagrimas no dias 19 de Janeiro de 1992 quando eu me despedi dela no aeroporto, momentos antes do meu embarque para Madri... esta é uma imagem que jamais esquecerei. 


O meu reencontro com minha mãe, em Taubaté, foi o mais emocionante. Senti uma dor muito forte ao vê-la, pois minha mãe havia envelhecido muito em apenas 12 meses. Sei que a distância e o tempo foram muito difíceis para ela, tanto que ela chorou pela minha ausência quase diariamente naquele primeiro ano em que estive na Espanha.

As irmãzinhas e eu em 1993

Naqueles primeiros dias em Taubaté eu vivi emoções que logo se tornariam uma tradição nos 20 anos seguintes: rever minha família, comer arroz e feijão da minha mãe, tomar guaraná, andar pelas ruas do Jardim California e Vila São Geraldo (reparando nas constantes mudanças na arquitetura do lugar onde cresci)..



Enfim, há muito o que contar sobre os quase três meses que estive em Taubaté. Prometo a você, leitor deste colaborador do Tangram das Idéias, que na próxima semana aqui estará um resumo interessante da minha estadia no Brasil no ano de 1993.

    
 

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